quarta-feira, 30 de março de 2016

EPISÓDIO 1X4: BLUE, THE MOST HUMAN COLOR

BLUE

EPISÓDIO 1X4: BLUE, THE MOST HUMAN COLOR

ESCRITO POR RAUL ORIHARA




CENA 1 – INT. CASA DA PARIS/QUARTO DA PARIS - DIA

Paris sonhando. Ela está em uma avenida na noite, num trânsito engarrafado. Os carros estão buzinando sem parar, no entanto não há ninguém dirigindo-os. Pessoas correm entre os carros e Paris as observa sem entender o que está acontecendo. Gotas de tinta azul caem do céu. Paris tenta se proteger e abre um dos carros. Ela senta no banco do motorista. A chuva de tinta aumenta e alaga toda a avenida. A garota se desespera e grita. O teto solar é quebrado e Julian aparece.

JULIAN: Vem comigo, Paris!

PARIS: Pra onde?

JULIAN: Venha! Se você ficar, vai acabar morrendo.

PARIS: Tudo bem... Tudo bem.

Julian puxa Paris e ela sai do carro. Eles ficam em cima do veículo. A chuva de tinta para. Paris toca a tinta quase cobrindo o carro e Julian a empurra. Ela se afoga na tinta. Close-up nos olhos dela. O reflexo de Julian sorrindo.

Paris acorda do pesadelo, olha para o relógio e percebe que está atrasada.

PARIS: Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus.

 Ela levanta e lava o rosto. Corre e troca de roupa. ÂNGULO BAIXO: ela pega suas botas embaixo da cama. ÂNGULO PLANO: Calçando as botas e colocando uma jaqueta. Paris se olha no espelho e arruma o cabelo. Ela pega a bolsa pendurada na porta do quarto, uma maçã na cozinha e sai correndo pra escola.

-corta para:


CENA 2 - INT. FLORENCE HIGH – DIA

[MÚSICA TOCANDO: Team – Iggy Azalea]



Planos gerais da cidade de Florence. Os enormes prédios. Vista aérea do colégio Florence High. Alunos conversando. Corredores abarrotados. ÂNGULO BAIXO: parte inferior de uma mulher usando saia lápis e sapatos de salto agulha. Ela anda pelo corredor.

A câmera revela que a mulher na verdade é Lana trabalhando como uma inspetora na escola. Ela anda pelo corredor dando ordens de comportamento aos alunos.

LANA: Ei, comportem-se!

     Dois adolescentes se beijando. O garoto colocando as mãos por debaixo da blusa da menina. Lana coloca-se entre eles.

LANA: Vão por mim... Não vão querer fazer isso aqui! Pra aula, agora!

    Ela continua andando e observa um garoto jogando papéis em outro menino que não faz nada. Lana segura o braço do garoto.

LANA: Você não iria gostar de ser amassado e arremessado contra um aluno, iria? Então é melhor você ir pra sala, já!

   Lana segue em frente colocando todo mundo pra estudar. Ela encontra Harrison no final do corredor.

HARRISON: Quando você disse que ficaria por perto pra colocar tudo em ordem, eu não pensei que fosse tão sério.

LANA: Eu estou linda, não estou?

HARRISON: O que deu na sua cabeça pra decidir entrar aqui assim?

LANA: Pensei em ficar bem próxima do Lucas. Aliás, conseguir esse trabalho não foi nada fácil. Eu tive que forjar identidade falsa. Sou a senhorita Normani, prazer.

HARRISON: Só espero que a senhorita Normani não crie problemas para nós.

LANA: Fica tranquilo, garoto. Eu sou a adulta por aqui, ouviu? Você só tem tamanho.

HARRISON: Então, o que está pretendendo fazer agora?

LANA: Eu preciso encontrar um meio de contar ao Lucas sobre a origem dele o quanto antes.

HARRISON: Você enlouqueceu? Não pode fazer isso.

LANA: Por que não posso?

HARRISON: O Lucas tem problemas psicológicos demais. Você não acha que saber a verdade agora vai ajudá-lo, não é mesmo?

LANA: Harry, nós não estamos numa brincadeira. Precisamos mantê-lo do nosso lado e ciente de quem ele realmente é.

   Ela suspira.

LANA: O que acha que nos aconteceria se os Lazúli se aproximassem dele antes e/ou o levassem embora?

HARRISON: Mas isso não vai acontecer. Você mesma diz que eles o querem aqui pra ficar sofrendo.

LANA: Que ingênuo... De acordo com as informações que você me forneceu, eles perseguem a vida do Lucas há dois anos. Acredita mesmo que eles vão ficar aqui mais dois anos esperando o garoto cair em depressão?

HARRISON: Bom, não precisamos ter pressa. Você tem que dar um jeito de se aproximar dele e conquistar a confiança. Ele não vai cair em conversa de qualquer um, facilmente. Temos tempo, sim.

LANA: Você não tem medo de nada, não é mesmo? Fique sabendo que eu não vou ficar requentando a minha decisão. Eu vou dar um jeito e falar com ele assim que eu puder.

-corta para:



[ABERTURA]



CENA 3 – INT. FLORENCE HIGH – DIA

Paris chegando a escola. Ela atravessa todo o corredor principal e no fim dele passa por Lana que está atuando como Normani.

LANA: Está atrasada, querida! Não quero ninguém nos corredores! Correndo, vamos.

     Lana continua seu caminho e Paris a observa desaparecer. Harrison está logo atrás da garota e sorri.

PARIS: Quem é a maluca?

HARRISON: A nova inspetora e assistente do diretor. (sorri)

PARIS: Que perua!

HARRISON: Ela é uma perua legal, vai por mim.

   Paris ergue uma das sobrancelhas e sorri. Edward passa pelo corredor, sem olhar para os dois. Ele está cheio de curativos e com o braço engessado.

HARRISON: Mas o que foi que aconteceu com o Edward?

PARIS: Passou os últimos dias em casa, ferido.

HARRISON: Ele se meteu em alguma briga?

PARIS: Sim. Ele se meteu comigo.

HARRISON: Não me diga que você o machucou.

PARIS: Eu esqueci de te contar... Semana passada, naquele dia em que o Lucas me protegeu dele, o cara tentou me agarrar quando eu estava voltando da casa de uma amiga a noite.

HARRISON: Ele te seguiu?

PARIS: Não sei... Ele estava bêbado. Tentou abusar de mim, mas um rapaz apareceu numa moto e fez tudo aquilo.

HARRISON: Meu Deus! Ele te machucou?

PARIS: Não. O Edward tá morrendo de medo, agora. Até que foi bom. Estou me sentindo bem mais livre.

HARRISON: Duvido muito que ele vá te perturbar depois dessa.

PARIS: Sabe o que é chato? Eu não paro de sonhar com o Julian.

HARRISON: Julian?

PARIS: O cara que me salvou. Ele vem participando de todos os meus sonhos e pesadelos.

HARRISON: Uau. Ele é bonitinho? (sorri)

PARIS: Ai para, Harrison.

HARRISON: Tô brincando.

PARIS: Sério. Eu não sei mais o que fazer. Cravaram o garoto nos meus pensamentos.

HARRISON: Pode ser por causa do trauma. Você quase foi estuprada pelo idiota do seu ex. O cara te salvou e tudo isso ficou preso na sua cabeça.

PARIS: Eu estou muito assustada.

-corta para:



CENA 4 – INT. FLORENCE HIGH - DIA

Lucas está sentado no jardim, sozinho. Ele fuma e se lembra de Brian.

[FLASHBACK]

Um parque reservado para skatistas. É noite e Lucas está andando de skate. Ele dá vários loops no ar enquanto Brian (Nicholas Hoult) o observa de longe. Este fuma um cigarro. Lucas dá outro salto com o skate, mas acaba caindo. Brian corre para ajudá-lo.

BRIAN: Você se machucou?

           Lucas mostra suas mãos raladas. Um pouco de sangue escorrendo pelo nariz.

LUCAS: Ardendo.

BRIAN: Vamos, deixa eu cuidar disso.

    Lucas olha para Brian e depois para o cigarro dele. Ele dá um tapa na mão do namorado, derrubando a droga.

BRIAN: Lucas!

LUCAS: Por que você tem que usar isso? Que feio.

BRIAN: É apenas um cigarro, amor.

LUCAS: Eu não gosto de te ver fumando. Isso é prejudicial à saúde, Brian. Poxa, eu já falei não sei quantas vezes.

BRIAN: Okay, seu chato. Eu não vou mais fumar, pelo menos não na sua frente.

LUCAS: Na minha ausência, principalmente.

BRIAN: Deixa de preocupação comigo. Quem tá ferido aqui é você, seu idiota.

LUCAS: Todos os meus ferimentos relacionados ao skate, eu conserto com curativos. Não se pode colocar curativos nos pulmões, babaca.

BRIAN: Mas você é muito dramático, mesmo. Fala sério. (sorri) Vem cá.

    Brian abraça Lucas e o beija levemente.

BRIAN: Você já é o curativo dos meus pulmões, Luke.

LUCAS: Pare de brincar.

BRIAN: Eu tô falando sério. Eu te amo.

LUCAS: Quando você fala “Eu te amo”, ele tem cheiro de nicotina. Isso me incomoda muito.

BRIAN: Deixa de ser chato, cara.

LUCAS: Eu não sou chato. Suas atitudes que são legais e perigosas demais para os meus caminhos certos.


[FLASHBACK OUT]

Lucas sorri e depois uma lágrima escorre pelo seu rosto. Close-up nos olhos dele ficando azuis.

LUCAS: Brian... Olha pra mim... Eu não consigo te apagar do meu coração. Eu não consigo apagar a porra deste cigarro. Eu sinto tanto a sua falta. Por que você teve que se apaixonar por mim? Por que eu te matei?

      Lana se aproxima de Lucas no jardim.

LANA: Lucas, o que está fazendo?

O garoto olha a mulher dos pés à cabeça.

LUCAS: Fumando, você não tá vendo?

LANA: Está na hora da aula. Saia já daqui e vá pra sua sala. Jogue o cigarro fora, eu não vou contar a ninguém.

LUCAS: Quem você pensa que é, sua maluca?!

LANA: Eu sou a... A nova inspetora.

LUCAS: Foda-se!

LANA: Fumar é uma coisa muito feia para alguém da sua idade, Lucas. Por favor... E que boca suja é essa?

LUCAS: Eu já vi que você não sabe mesmo de nada por aqui. Então...

    Lucas se levanta e se aproxima de Lana.

LUCAS: Quer um conselho, nova inspetora? Melhor não entrar no meu caminho. Ok?

    Ele sai do jardim. Close-up nos olhos de Lana.


-corta para:


CENA 5 – INT. CASARÃO ABANDONADO – DIA.

Inverno e seus comparsas conversando em uma sala escura.

ELIZABETH: É maravilhoso sentir a energia do Lucas voltando ao normal.

ADOLPH: Oscilando como sempre, você quer dizer.

ELIZABETH: Pelo menos, os pensamentos estão desordenados novamente. Nenhum remédio pode ser mais poderoso que o poder das duas famílias correndo pelo sangue desse menino.

INVERNO: Mas há algo de diferente na energia dele. Existe uma barreira muito forte. Uma modificação.

ELIZABETH: Pensei que só eu tinha percebido isso, Inverno.

INVERNO: Há algo de estranho acontecendo. Lucas está mais vívido. A tristeza está diferente.

ELIZABETH: É como se o poder dos Del Chiaro estivesse se manifestando nele.

INVERNO: Não podemos deixar isso acontecer!

ELIZABETH: Não vai acontecer se nos mantivermos em cima. Adolph?

ADOLPH: Sim?

ELIZABETH: Algum sinal da família Del Chiaro?

ADOLPH: Não. Nenhum. Busquei pela cidade inteira. Se estiverem aqui, estão camuflando suas energias muito bem.

ELIZABETH: Olhe, Inverno. Estamos cansados de dizer que temos tudo sobre controle.

INVERNO: Deveríamos envenená-lo para ter um controle mais abrangente sobre ele.

ELIZABETH: Nem pensar. Nós ainda não detectamos a presença dos Del Chiaro, mas não podemos agir como se não existisse a possibilidade de que eles saibam a nossa localização.

INVERNO: Envenenar Lucas significaria acelerar os nossos planos.

ADOLPH: Significaria nos arriscar e pôr tudo a perder.

INVERNO: Quem não tem coragem pra se arriscar, morre sem tentar nada. Toda a ladainha de vocês está começando a me irritar.

Elizabeth e Adolph se entreolham.

-corta para:


CENA 6 – INT. FLORENCE HIGH – DIA.

     Lana anda pelo corredor carregando uma pilha de caixas com arquivos escolares. Ela esbarra em OLIVER VANDERVOORT (Ben Barnes), um professor. Ele também derruba seus papéis.

OLIVER: Ah! Me desculpe!

LANA: Não. Eu deveria estar olhando pra frente, mas essa pilha aí meio que me atrapalhou.

OLIVER: Eu ajudo.

   Eles recolhem seus respectivos objetos. Lana observa uma folha com anotações sobre espiritismo e outra folha: MANIPULAÇÃO DAS ENERGIAS ADQUIRIDAS PELAS EMOÇÕES. Oliver termina de empilhar as caixas para Lana.

OLIVER: Tudo certo.

LANA: Acredita nessas coisas? Digo, me desculpe... Eu... Vi sem querer. A propósito, eu sou a Normani Williams, a nova inspetora.

OLIVER: Oliver Vandervoort, sou professor daqui.

Efeito e letreiro com nome do personagem: OLIVER.

OLIVER: Senhorita Williams, não se preocupe. A minha família já acha normal. Eu ainda estou tentando acreditar, sabe? (Sorri)

LANA: Sei.

OLIVER: É interessante estudar sobre isso. É instigante.

LANA: Você dá aulas a respeito?

OLIVER: Não, eu sou professor de história, porém como sou muito apaixonado pelo desconhecido, acabei me envolvendo com esse mundo.

LANA: Me perdoa se eu não acreditar?

OLIVER: Se nem mesmo eu ainda não consigo acreditar totalmente, por que não a perdoaria?

LANA: Obrigada. Dizer que não acredito, não significa que eu não acho interessante, ok?

OLIVER: Com um tempo de leitura, você acaba ficando na balança. Não vai conseguir distinguir o que é real ou não. As emoções humanas e como é elas reagem dentro de nós formando energia. É curioso.

LANA: Eu vou adorar saber mais sobre, mas agora eu tenho que voltar ao trabalho e o senhor deveria fazer o mesmo.

   Oliver puxa Lana pelo braço. Ela o encara. Ele solta o braço dela e sorri.

OLIVER: Nos falamos depois, então?

LANA: Talvez.

Lana sorri.

-corta para:



CENA 7 – INT. ORFANATO GOLDEN GARDEN/SALA DE MÚSICA – TARDE.

[MÚSICA TOCANDO – Wonderwall – Oasis]



Harrison tocando piano para as crianças do orfanato. Elas cantam Wonderwall num magnífico coral. Lucas está sentado na janela observando tudo. Harrison e ele se entreolham. As crianças terminam de cantar. A música para. Harrison se levanta.

HARRISON: Crianças, podem ir pro refeitório. Façam fila!
    
Os meninos saem. Harrison vai até Lucas.

HARRISON: Já pode assumir o piano novamente se quiser.

Lucas fica calado.

HARRISON: Sério, elas cantam melhor quando você toca. Tens mais talento do que eu.

Lucas continua calado e Harrison se vira para ir embora.

LUCAS: Talento é algo que não deveria ser medido. (Sorri) Você tá indo bem.

Harrison retorna e o encara sorrindo.

HARRISON: Olha... Ele fala.

LUCAS: Não banque o engraçadinho comigo, viu? Quando eu estou calmo assim não quer dizer que eu não possa lhe dar outro soco.

HARRISON: Calma, aí. Eu estou aqui em paz.

LUCAS: Não. Você parece que anda sempre incomodado com algo. Você nunca está em paz.

HARRISON: Olha, eu vou te apontar o espelho. Você é igual a mim e nem vê.

LUCAS: Não somos iguais. Nada me incomoda.

HARRISON: Tem certeza? Não é o que eu vejo e o que as outras pessoas veem.

LUCAS: O que vocês veem ou deixam de ver não me interessa.

HARRISON: Pode mentir pra todos nós, mas não pode mentir pra você. Por que não se permite gostar das pessoas? Tem um mundo lindo ao seu redor. Muita gente ruim, mas também há bondade no mundo.

LUCAS: Que bondade é essa? Eu não tenho mais nada. O seu mundinho bom, Harrison, levou tudo o que eu tinha de mais precioso. Tudo.

HARRISON: É a regra. Ele leva tudo o que a gente tem de mais precioso, mas ele é capaz de nos dar coisas mais preciosas ainda.

LUCAS: Eu não estou afim de conhecer as novas preciosidades que ele pode me ofertar.

HARRISON: Tem certeza?

         Eles se encaram por alguns segundos.

LUCAS: Pare de me olhar com esses olhos de compaixão. Eu não mereço isso.

HARRISON: Não é compaixão. Se chama carinho.

LUCAS: Carinho? Por que tem carinho por alguém que você não conhece direito? Alguém que não demonstra carinho algum por você.

HARRISON: Não somos feitos de pedra. Os seres humanos são feitos de sentimentos e é isso o que nos torna perfeitos aos olhos dos céus. Essas coisas são inexplicáveis.

LUCAS: Pare de rodeios. Você me deixa tonto e nada disso responde a minha pergunta. Tens carinho por mim por quê?

Harrison suspira, encurralado.

HARRISON: Porque você é um ser humano. Eu venho falando isso desde o dia em que eu te conheci, Lucas. Quero te ajudar a superar a dor nem que seja com um sorriso. É complicado, eu não consigo nem te fazer sorrir.

LUCAS: Não posso fingir que tá tudo bem porque não tá. Nunca vai estar. Eu não sei por que tudo isso aconteceu. Todas as mortes. Todas as minhas feridas. Eu queria levar pra longe, mas eu não consigo. Eu prefiro odiar tudo e todos. É bem mais fácil do que me afeiçoar...

     Lucas chora.

LUCAS: Eu não quero sofrer mais. Não quero encher o meu coração de felicidade, viver os mais belos momentos e ver tudo se acabar. Desaparecer... Escorrendo por minhas mãos como areia. Ver tudo morrer. Eu não quero.

HARRISON: Eu tô aqui pra dizer que eu não vou desistir de você. Toda a dor vai sumir do seu coração. Posso não ser a melhor pessoa do mundo para dar apoio, mas eu não vou desistir até que ela suma.

LUCAS: Não! Me odeie como todo mundo faz.

HARRISON: Eles não te odeiam. Apenas querem ser respeitados por você. Você quer ser respeitado e chega até ser, mas impondo medo sobre eles. Mostre aquele Lucas que defendeu a Paris no corredor semana passada... Mostre o Lucas que você sabe que ainda existe em você. Seja respeitado por isso. Dê uma chance pra você mesmo.

LUCAS: É fácil falar, não é Parker?

HARRISON: É. É fácil falar, mas saiba que tudo fica ainda mais fácil depois que você faz.

LUCAS: Vá organizar a fila das crianças, vai... Eu quero ficar sozinho.

Harrison toca a mão de Lucas e este se afasta. Harrison sai da sala. 

-corta para:


CENA 8 – INT. FLORENCE HIGH/AUDITÓRIO – TARDE.

PARIS entra na sala correndo e se aproxima da professora.

PARIS: desculpe o meu atraso, professora. Eu não sei onde estou com a cabeça, hoje.

PROFESSORA: Não se preocupe, Paris. Não haverá aula hoje... Não pra você.

PARIS: Como?

PROFESSORA: Você não faz mais parte do clube de teatro.

      Close-up no rosto de Paris, perplexa.

[TELA PRETA]

-corta para:


CENA 9 – INT. FLORENCE HIGH – DIA

Paris tendo uma conversa particular com a professora.

PARIS: Quê? Como assim eu fui removida das aulas de teatro?

PROFESSORA: Foram ordens de sua mãe. Ela exigiu que a removêssemos, pois isso estava atrapalhando a sua concentração nos estudos para o vestibular. 

PARIS: Não! não estava não! Minhas notas sempre foram impecáveis! 

PROFESSORA: A senhora Donovan preferiu assim, pois ela acha que você deve focar nos estudos e cursos extracurriculares relacionados a direito.

PARIS: Ela está maluca, professora. Eu exijo que o meu nome seja colocado na lista novamente. Estávamos no meio de uma peça importante.

PROFESSORA: Eu comentei sobre isso, mas ela não me ouviu. Não estou autorizada a reinseri-la nas aulas. Prezando a harmonia acima de qualquer coisa, eu sugiro que você converse com a sua mãe, Paris.

PARIS: Só pode ser brincadeira.

PROFESSORA: É muito sério. Caso não volte, eu terei que colocar outra pessoa no papel principal.

    Close-up nos olhos de Paris, enfurecida.

-corta para:


CENA 10 – EXT. ALGUM BOSQUE DE FLORENCE – NOITE.

Lucas andando de skate pela rua a noite. A tela se divide entre a imagem dele e a de uma garota, AUDREY (Cara Delenvigne) correndo por um bosque escuro. Ela corre, ferida e chega até a estrada onde Luke está. Ela cai e grita por socorro. Lucas vai ao seu encontro. 

LUCAS: Mas o que houve com você?

AUDREY: Me tira daqui... Eles vão pegar a gente.

LUCAS: Eles quem?

AUDREY: Os demônios. Eles vão nos destruir. Precisamos fugir. Eles vão vir atrás de nós. 

LUCAS: Que demônios... Do que você tá falando?

  Ele percebe a cabeça dela sangrando.

LUCAS: Ai meu Deus... você tá sangrando. Vamos sair daqui.

   Ele ajuda a garota a levantar. 


[TELA PRETA]


CENA 11 – EXT. CASA NA ÁRVORE - NOITE

Lucas e a garota em frente à casa na árvore que era de Keegan. Lucas olha para cima.


FLASHBACK

KEEGAN: Olha só pra esse lugar, Luke. É lindo, não é mesmo?

Luke olha para ele sério.

LUCAS: Sim... É aqui que você vai manter o nosso relacionamento escondido, não é mesmo?

KEEGAN: Eu já expliquei a você, Luke. Por que você tem que deixar tudo mais difícil?

LUCAS: Difícil, nada. Keegan... Estamos há seis meses juntos e você quer me manter nas sombras. Eu não sou esse tipo de garoto.

KEEGAN: O torneio é daqui a um mês, boyzinho. Eu já conversei com o Lúcio. Ele disse que vai permitir que o nosso relacionamento venha a público.

LUCAS: Isso se ele não fizer algo que impeça. O seu mestre me odeia e faz questão de deixar bem claro. Ele nunca vai permitir que sejamos livres.

KEEGAN: Para de exagero, Lucas, por favor. Ele não é um monstro.

LUCAS: Que mal faz saberem que você namora um garoto?! Isso não te torna menos homem, Keegan!

KEEGAN: Existem muito mais coisas envolvidas, Luke. Por favor.

LUCAS: O preconceito e ódio do Lúcio, por exemplo?

KEEGAN: Olha, ele não vai fazer nada pra nos impedir, okay? Assim que o torneio terminar, eu assumo a nossa relação diante da mídia. Se isso te faz mais feliz.

LUCAS: Não preciso da mídia. Preciso de você o tempo todo sem ter que dar satisfações pra ninguém. Se não for assim, me desculpe. Eu não vou me esconder nas sombras da sua glória.

KEEGAN: Olha como você tá falando... 

LUCAS: Tudo bem! Eu posso estar te colocando pressão. Desculpe, as coisas não estão muito boas pra mim. O orfanato, a escola. Tudo me lembra a morte do Brian e os meus pais... Eu ando tendo pesadelos. Você é meu porto seguro e parece...
Lucas chora.

LUCAS: Parece que estão tentando arrancar você de mim. Sabe como eu me sinto? É como se eu fosse te perder!

KEEGAN: Hey.

  Ele coloca as mãos no rosto de Luke e enxuga suas lágrimas.

KEEGAN: Não fica assim. Vamos deixar esse assunto morrer agora. Eu não quero ver você pra baixo. Não foi pra isso que eu te trouxe aqui. Não foi pra isso que eu te construí essa casa na árvore.

LUCAS: Você o quê?

KEEGAN: Ela é nossa. Quatro pequenos cômodos e mais uma sacada pra ficar vendo as estrelas. O seu hobby favorito né?

LUCAS: Keegan! você pirou? 

KEEGAN: Não, eu não pirei. Você vai dar um tempo do orfanato e vai ficar comigo aqui por uns dias. Esquece o seu mundo, eu vou esquecer o meu mundo e vamos nos lembrar do nosso.

LUCAS: Eu... Eu não sei o que dizer. Você não deve estar mentalmente normal, cara.

KEEGAN: Estou melhor do que você pensa. 

    Ele beija o garoto.

      [FLASHBACK OUT]


Lucas olhando para a casa. Audrey se aproxima dele.

AUDREY: Tá tudo bem?

LUCAS: Está sim... Me desculpe, eu só...

AUDREY: É a sua casa?

LUCAS: Não... Apenas a casa de um velho amigo.

    Lucas entra na casa com a garota.

AUDREY: Que linda! Eu nunca vi uma casa na árvore tão grande assim.  

LUCAS: Sim, é linda mesmo. 

   Audrey para e fica um pouco tonta. Luke pega uma cadeira.

LUCAS: Você não tá bem com esse machucado. Senta aqui. 

AUDREY: Ah! Obrigada.

LUCAS: Eu vou preparar uma água e tratar esse ferimento.

AUDREY: Você é incrível, garoto.

LUCAS: Incrível... É... Lucas. Pode me chamar de Lucas.

AUDREY: Eu sou a Audrey (sorri)

LUCAS: Ok, Audrey. Eu já volto.

-corta para:



CENA 12 – INT. ORFANATO GOLDEN GARDEN/QUARTO DE LUCAS – NOITE.

Lana entra no quarto de Lucas escondida e tranca a porta. Ela vasculha todo o local procurando alguma coisa. Fotos de Lucas com os seus falecidos namorados. Cartas, desenhos, livros. Ela observa roupas espalhadas pelo quarto. Abre o armário do rapaz e nada encontra. ÂNGULO BAIXO: uma câmera digital no chão. ÂNGULO PLANO: Lana pega a câmera e nota que está com a tela quebrada. Ela liga o aparelho. Close-up no rosto de Lana atônita.


-corta para:



CENA 13 – INT. CASA DA PARIS/ESCRITÓRIO – NOITE.

Beatrice está no escritório falando ao telefone. Ela para de falar quando Paris entra na sala.

PARIS: Como você consegue ser tão má?

BEATRICE: O que foi agora? Se for sobre as suas aulinhas de teatro, não quero discutir. Eu só vou falar sobre coisas relevantes.

PARIS: Por que você fez isso, mãe?

BEATRICE: Sua professora não disse?

PARIS: Minhas notas estão perfeitas. Eu me dedico a tudo o que eu faço. Não consigo acreditar que me tirou das aulas de teatro por pura maldade.

BEATRICE: Não foi maldade. Tudo o que eu faço é pensando no seu bem. Paris, você não pode se desviar do seu caminho. 

PARIS: Você não faz as coisas pensando no meu bem. Você faz pensando no seu bem. O meu caminho não é o seu.

BEATRICE: Quer acabar a sua vida como o seu pai? Um fracasso total? Você não vai! não estando sob o meu teto.

PARIS: Eu estou tentando seguir o meu próprio caminho e eu gostaria muito que você me respeitasse.

BEATRICE: Eu respeito tudo, menos a sua decisão de se tornar uma fracassada.

PARIS: Por que acha que eu vou fracassar? Você nunca me apoiou em nada, mamãe!

BEATRICE: O meu maior erro foi ter dado apoio ao seu pai e ver ele descer pelo ralo. Não vou dar apoio para a filha dele fazer o mesmo.

PARIS: A senhora não vai acabar comigo.

BEATRICE: Não vou acabar com você. Eu vou te mandar pra universidade de direito e aí sim, você vai me agradecer.

PARIS: Eu não vou pra universidade alguma!

BEATRICE: como é? O que você disse?

PARIS: Eu não vou pra universidade alguma! não me inscrevi pro vestibular e fique ciente... Nenhum olheiro vai se interessar por mim...

   Paris aproxima o rosto do rosto da mãe.

PARIS: Porque eu não vou fazer por onde.

   Beatrice encara Paris

BEATRICE: Sua insolente!

   Ela dá um tapa na cara da filha. Paris cai ao chão.

BEATRICE: Você é um fiasco! veja só o que você fez! está acabando com a sua vida, sua estúpida. 

     Paris coloca a mão no rosto e encara a mãe.


-corta para:


CENA 14 – INT. CASARÃO ABANDONADO – NOITE.

[MÚSICA: I Want it All – Arctic Monkeys]




Adolph e Elizabeth dançam e se divertem as custas da dor de Lucas. Inverno está sentado no sofá bebendo e rindo vendo seus amigos dançarem.

ADOLPH: Isso é o que eu chamo de farra!

ELIZABETH: O garoto está completamente no papo.

ADOLPH: Vamos nos esforçar mais e nós conseguiremos!

INVERNO: Tenho certeza que sim.

ELIZABETH: Levanta daí, Inverno! Vamos brindar!

     Elizabeth pega a garrafa de vinho e percebe que está vazio. Inverno se levanta.

INVERNO: Um momento, amigos... Eu tenho algo melhor que estava guardando para a nossa diversão.

      Inverno vai ao bar e traz consigo uma garrafa.

INVERNO: Saboreiem o licor dos deuses!
  
      Eles enchem os copos e começam a beber.

ELIZABETH: Que delícia.

ADOLPH: Vamos virar a noite!

     Inverno os observa e volta a sentar. Elizabeth e Adolph ficam tontos.

ELIZABETH: Nossa! Que pesado isto aqui... Que bebida é essa, Inverno?!

INVERNO: Adivinha.

ADOLPH: Liz, eu não tô muito bem.

ELIZABETH: Isto parece...
    Os olhos de Elizabeth mudam de cor e ela verifica a bebida que brilha num tom dourado.

ELIZABETH: O que diabos você fez, seu imbecil?

INVERNO: É o meu presentinho.

    Inverno absorve a energia azul dos dois. Elizabeth tenta lhe lançar o copo flamejando, mas ele desvia e ela acaba caindo de fraqueza.

INVERNO: Vocês são idiotas demais para estar do meu lado.

ADOLPH: O que você deu pra gente, Inverno?!

INVERNO: Chama-se Praga Dourada.

ADOLPH: Você deu cristal líquido pra gente?!

INVERNO: Façam bom proveito, não foi nada fácil consegui-lo.

Inverno toma seu vinho como se nada estivesse acontecendo.

ELIZABETH: Seu desgraçado! Vai pagar caro por isso.

INVERNO: Será que os Lazúli aceitam cristais amarelos?

Elizabeth e Adolph começam a ter seus corpos transformados em estátuas de cristal amarelo. Eles gritam enquanto Inverno dá gargalhadas. Ambos se ficam imóveis no meio da sala.

INVERNO: Vão ficar lindos lá no porão.


-corta para:



CENA 15 – INT. CASA NA ÁRVORE – NOITE

  Audrey está com um curativo na testa. Ela está sentada com Lucas.

LUCAS: Coma alguma coisa. Você parece muito fraca.

AUDREY: Eu corri muito. Eu acho que estaria morta se você não tivesse me ajudado.

LUCAS: Mas o que realmente aconteceu? do que você estava fugindo? 

AUDREY: Os demônios azuis. Eles estavam me perseguindo pelo bosque. Um deles me atingiu.

LUCAS: O que são demônios azuis?

AUDREY: Eu não sei o que são. Eles mataram toda a minha família e me aprisionaram num casarão abandonado na floresta. Eu estava lá por anos.

LUCAS: Mas do que você está falando?! não há casarão algum na floresta.

AUDREY: Há sim! eu escapei de lá. Eu vi você nos meus sonhos. Eu sinto... eles estão vindo atrás de você. 

LUCAS: Acho que a pancada não lhe fez bem, garota. 

AUDREY: Você é o garoto dos olhos azuis.

LUCAS: Meus olhos não são azuis.

AUDREY: Não os seus olhos. Os olhos do seu espírito. 

  Um flash. Lucas lembra da câmera com uma foto dos seus olhos.


AUDREY: Eles querem você e estão perto de conseguir isso.

LUCAS: Melhor você ficar escondida aqui.

AUDREY: Mas eu preciso ir embora. Você precisa me ajudar. Temos que sair daqui.

LUCAS: Você só pode estar louca. Não vou te ajudar em mais nada. Não sei quem é você e de quem está fugindo, mas é melhor ficar escondida aqui se não quiser ser pega.

AUDREY: Eu...

LUCAS: Cale a boca. Ou fica aqui por um tempo ou vaza! Rua! Entendeu? Você não pode ficar andando por aí assim.

AUDREY: Você sabe do que eu tô falando?

LUCAS: Não, mas eu sei que algumas coisas não são mentira. Você fica aqui até estar em boas condições e resolvermos isso.

-corta para:


CENA 16 – INT. CASA DOS PARKER/QUARTO DE HARRISON – NOITE.

Lana entra no quarto de Harrison pela janela e se aproxima dele com uma bolsa. Ela tira a câmera digital dela e mostra a Harry.

LANA: Você ainda diz pra eu não contar ao Luke sobre a existência do poder dele?

HARRISON: O que houve dessa vez? Já não conversamos sobre isso?

LANA: Olha o que eu achei no quarto do garoto.
    Lana entrega a câmera digital a Harrison.

HARRISON: Espera! Você invadiu o quarto do Lucas pra mexer nas coisas dele?!

LANA: Senhor Íntegro, esse é o meu trabalho. Não gostou, se mata.

    Ele liga a câmera e olha as fotos.

HARRISON: Meu D...

LANA: Sim, seu deus mesmo. O Lucas tem provas concretas de que há algo de “errado” acontecendo com ele. Encontrei a câmera aos pedaços, jogada pelo chão.

HARRISON: Acho que ele não gostou do que viu.

LANA: Olhos azuis podem ser bonitinhos, mas não é todo mundo que gosta.

Harrison olha para o vazio.

HARRISON: Então, vai contar a ele... Aproveite.

LANA: Eu pensei bem antes de decidir fazer isso. Eu não vou.

HARRISON: Mas você estava toda ansiosa.

LANA: O Lucas ainda tem que amadurecer um pouco como pessoa. Precisamos saber abordá-lo. Você trabalha com ele no orfanato. Tente conversar mais.

HARRISON: Depois do beijo que eu dei nele. Acho que ele não vai querer ficar de papinho comigo mais. Ele me quer longe dele pra não se machucar e acho que hoje foi a nossa última conversa séria das poucas que nós tivemos.

LANA: O encontro diário entre vocês no orfanato é inevitável. Ele vai acostumar. Dê o seu jeito.

    Ela coloca as mãos nos ombros de Harry.

LANA: Harrison, escute aqui. Eu tô sozinha nessa sem você. O Lucas precisa ter conhecimento do poder dele. Já que não vai ser agora, preciso de apoio até o momento certo. Preciso de apoio o tempo todo.

HARRISON: Eu vou me esforçar. Já disse que quero ajudar o Lucas, mas é que parece tudo tão insensato. A dor dele me deixa mal.

LANA: Todas as lutas numa vida que sabemos que é passageira são insensatas. É o que a vida parece ser. Insensata. Mas preciso que você acredite nessa luta em que você se dispôs a entrar, pela bondade que há na terra e pelo bem das pessoas que vivem nela.

     Harrison concorda e sorri. O celular de Lana toca.

HARRISON: Você disse que estava sozinha nessa... (sorri)

LANA: Eu estou tentando não ficar sozinha nessa por muito tempo. Alô?
  
       Ela sai para falar ao telefone.

-corta para:


CENA 17 – INT. CASA DA PARIS/QUARTO DE PARIS - NOITE.
   
[MÚSICA TOCANDO: Amianto – Supercombo]



O chuveiro ligado e Paris deitada no chão do banheiro, chorando. Ela lembra da mãe chamando-a de estúpida. Ela levanta e se olha no espelho. Abre o armário e pega uma gilete. Usando apenas toalha, ela sai e se dirige a sacada. Paris corta os pulsos e se banha de sangue. Na rua de Paris, Inverno está escondido e se alimenta da tristeza da garota. 

INVERNO: Que cidade maravilhosa... E é toda minha.

   Ele vê a garota olhando para baixo e de repente, Julian aparecer ao lado dela. 

INVERNO: Mas que droga!

   CAM volta para a sacada.

JULIAN: Não se atreva...

PARIS: O que você faz aqui?!

JULIAN: Não interessa! Você enlouqueceu?

PARIS: Me deixa.

      Ela chora.

JULIAN: Acho melhor você entrar.

    Paris desmaia devido aos cortes. Julian entra com ela e fecha as janelas do quarto. 

CENA 18 – SEQUÊNCIA DE CENAS – NOITE.

[MÚSICA TOCANDO: Colors – Halsey]



1. Casa dos Parker: Harrison olhando as fotos de Lucas na câmera digital. Ele para na foto dos olhos azuis de Luke e chora.

HARRISON: Me deixa levar sua tristeza embora, Luke. Eu não vou te deixar.

2. Casa na árvore: Lucas e Audrey jogando video game. Eles se divertem e fumam juntos.

3.  Florence Beach: Lana chega de carro a praia e se encontra com Oliver num restaurante.

LANA: Olá.

OLIVER: Que bom que você veio.

LANA: Vamos continuar a nossa incrível conversa?

OLIVER: Mas é claro que sim (Sorri).

4. Casa da Paris: Ela dorme em sua cama. Os pulsos enfaixados. Julian está ao seu lado, observando-a dormir e acariciando seu rosto. Close-up nos olhos dele se fechando.


[TELA PRETA]

[FIM DO EPISÓDIO]